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  • Dr. César Castellan

NÓDULO PULMONAR É CÂNCER? COMO SABER E O QUE FAZER ?

Atualizado: 21 de set. de 2020

Quando vemos o termo “nódulo” em algum laudo de exame ou um médico nos informa sobre a presença de algum no nosso corpo, isso geralmente é motivo de preocupação e pode gerar medo e angústia.


É o caso do aparecimento de nódulos pulmonares. Dentre os pacientes que realizam um exame de tomografia de tórax, seja para check up, avaliação de rotina ou para descartar possíveis condições antes de iniciar um tratamento, 25% descobre incidentalmente a presença de nódulos em seus pulmões. Destes, em média 90% são benignos.


Portanto, apesar da incidência de nódulos no pulmão ser relativamente alta, os riscos de malignidade são baixos. Então, um diagnóstico de nódulo pulmonar não significa necessariamente que é um câncer, contudo é importante dar prosseguimento à investigação médica para descartar qualquer possibilidade de ser um nódulo cancerígeno.


NÓDULO PULMONAR: O QUE É ?

Nódulo no pulmão é o achado de uma lesão de até 3,0 centímetros em qualquer parte do pulmão, seja em uma radiografia simples, tomografia computadorizada de tórax ou ressonância magnética.


A maioria dos nódulos pulmonares (cerca de 90%) representam cicatrizes de processos antigos ou lesões inflamatórias de origem benigna.

O risco do nódulo ser maligno, um câncer de pulmão, pode ser estimado avaliando as características de imagem do nódulo e histórico individual do paciente como antecedentes familiares, idade e tabagismo de qualquer tipo, seja atual ou no passado.

É sempre importante buscar orientação de um pneumologista para analisar as características do nódulo em questão e definir qual a melhor conduta a ser aplicada dali para frente.



COMO SE AVALIA UM NÓDULO PULMONAR?

Os nódulos são analisados quando as suas características morfológicas, tamanho, densidade e localização da lesão no pulmão através das informações fornecidas pelo exame de imagem. Nódulos com formatos regulares, com bordas lisas e arredondadas tendem a ser benignos. Outro fator importante na análise é a presença ou não de calcificação. Quanto mais calcificado for o nódulo, maior a probabilidade de benignidade.

Já nódulos que apresentam bordas irregulares, também chamados de espiculados, têm uma risco aumentado de serem malignos. Outro parâmetro avaliado é em relação a composição e densidade do nódulo, podendo ser classificados como nódulo sólido ou nódulo sub sólido, este subdividido em vidro fosco puro ou misto (parte vidro fosco com componente sólido associado). Em relação ao tamanho, quanto maior for o nódulo, maior a probabilidade de malignidade.


QUAIS SÃO OS SINTOMAS DO NÓDULO PULMONAR?

Nódulos pulmonares, em sua maioria, são assintomáticos. Geralmente tem tamanho reduzido e raramente interferem na respiração do paciente. Contudo, se houver sintomas, provavelmentme estes serão provenientes da condição que produziu o nódulo.

No caso de infecções como tuberculose e infecções fúngicas, os sintomas variam e serão os característicos destas doenças. Já no caso específico de tumores malignos, configurando câncer de pulmão, os sintomas podem incluir dor no peito, tosse com sangue, dores nas costas, perda de peso e até falta de ar.


A presença de algum desses sintomas por um período prolongado pode indicar a presença de um câncer de pulmão. Neste caso, é preciso buscar atendimento médico imediato e realizar exames específicos para investigação.

QUANDO UM NÓDULO PULMONAR PODE SER CÂNCER?

Após a identificação de um nódulo pulmonar em um exame de rotina, a probabilidade será definida baseada na análise da probabilidade de risco individual de cada paciente. Quanto às características preditivas estão o histórico de tabagismo, idade acima dos 60 anos, histórico familiar de câncer de pulmão, presença de enfisema pulmonar, localização do nódulo nos lobos superiores e o tamanho da lesão.

Quanto à composição física do nódulo, como foi citado anteriormente, casos de nódulos maiores de 3 centímetros de diâmetro, com superfície irregular e baixa calcificação indicam probabilidade de tumor maligno.

Além disso, quando um nódulo for classificado como sub sólido, principalmente o misto (atenuação em vidro fosco associado a componente sólido), aumenta a probabilidade de malignidade. Contudo, para um diagnóstico mais completo e assertivo, o médico irá avaliar a evolução do nódulo ao longo do tempo. Importante ressaltar que nenhuma característica isoladamente pode predizer o risco de um nódulo ser câncer.


Essa avaliação é feita com base na comparação entre exames ao longo de um determinado espaço de tempo. Se num primeiro momento o nódulo ainda mostra características benignas, o médico pode refazer essa avaliação a cada seis meses ou até anualmente. Se por um período de 2 a 3 anos o nódulo permanecer estável, cessa a necessidade novos exames.

Contudo, se o acompanhamento por exames de imagem mostra uma evolução no tamanho e formato do nódulo, o médico pode pedir outros exames para realizar um diagnóstico mais preciso.


DIAGNÓSTICO

A primeira etapa do diagnóstico de um nódulo de pulmão é o exame por imagem, sendo raio x toráx ou tomografia computadorizada. A avaliação por exames de imagens funcionais como o PET-CT que avaliam a capacidade do nódulo captar glicose também pode ser usado para diferenciar um comportamento mais sugestivo de malignidade do nódulo. Uma vez determinada a anormalidade do nódulo, o médico pode prosseguir para uma biópsia.

Na biópsia, o tipo de abordagem depende da localização do tumor no pulmão. Se o nódulo tumoral estiver mais centralizado, próximo às vias aéreas, é realizada a broncoscopia. No caso do tumor estar próximo da parte mais periférica do pulmão, é indicada a biópsia transtorácica guiada por tomografia.

Em casos extremos nos quais a malignidade do tumor é altamente provável, é indicado ir direto para a biópsia cirúrgica por procedimento minimamente invasiva. Determinada a malignidade do tumor, é hora de começar o tratamento o mais rápido possível para evitar a evolução do quadro.

TRATAMENTO DO NÓDULO PULMONAR

O tratamento para nódulos pulmonares varia de acordo com as características apresentadas caso a caso, como citado anteriormente. Em nódulos com baixo risco de serem cancerígenos, a abordagem é o acompanhamento periódico.

Esse acompanhamento é feito com exames por imagem regulares para entender a evolução do nódulo. Se não houver evolução ou ela estiver dentro dos padrões de casos benignos durante o período de 2 a 3 anos, é descartada a hipótese de câncer.

No caso de nódulos causados por doenças infecciosas, o curso de ação é tratar a infecção. Isso geralmente afeta o desenvolvimento e até pode acarretar o desaparecimento do nódulo, uma vez que a infecção for totalmente curada.

Agora, se o tumor for maligno, seja um câncer de pulmão, um linfoma ou uma metástase pulmonar secundária, o tratamento varia dependendo do estágio em que o câncer se encontra. O tratamento pode envolver também quimioterapia, radioterapia e até intervenções cirúrgicas de acordo com a evolução do quadro.

BUSQUE SEMPRE UMA AVALIAÇÃO ESPECIALIZADA

Diante do surgimento de um nódulo pulmonar, é fundamental estar atento e buscar a ajuda e avaliação de um especialista. Se você for acometido por algum dos sintomas anteriormente citados, busque atendimento com um pneumologista para uma avaliação completa.


Somente com o auxílio de um médico especializado será possível determinar correta e seguramente a malignidade ou não de um nódulo pulmonar. Vale lembrar que quanto antes o nódulo for identificado e caracterizado, melhor decorre o tratamento e aumentam as chances de cura no caso de um câncer.

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